CASCI https://casci.pt Centro de Ação Social do Concelho de Ílhavo Mon, 02 Dec 2024 12:47:01 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://casci.pt/activeapp/wp-content/webpc-passthru.php?src=https://casci.pt/activeapp/wp-content/uploads/2021/05/cropped-logo-casci-1-32x32.png&nocache=1 CASCI https://casci.pt 32 32 Hoje, eu brinquei! https://casci.pt/hoje-eu-brinquei/ https://casci.pt/hoje-eu-brinquei/#respond Mon, 02 Dec 2024 12:46:58 +0000 https://casci.pt/?p=5959 Planificar em educação implica o envolvimento das crianças. Ao planificar, é notório o foco das crianças no brincar.

Muitas vezes, o “simples” brincar é muito desvalorizado pela pessoa adulta, no entanto, é importante refletirmos que através do Brincar a criança cria, descobre o Mundo, as pessoas e a si própria!

Vejamos…

Ao ler uma história, brincar na área da casinha, estimulamos a criatividade e a imaginação.

Ao brincar com as amigas e os amigos, promove-se a interação social e o desenvolvimento de competências socio-emocionais e prepara-se a criança para viver em sociedade.

Com uma caixa de legos, desenvolve-se o raciocínio, os conceitos matemáticos, a motricidade fina.

Ao perder num jogo, a criança aprende a lidar com a frustração e desenvolve a resiliência.

Através dos puzzles desenvolve-se a autoconfiança, a atenção e a concentração.

Com carrinhos desenvolve-se a coordenação motora.

Muitos mais exemplos se poderiam referir, mas o exposto é suficiente para deixar muito claro que na Infância o lema deve ser: Brincar, Brincar, Brincar!

Maria João Rocha
Educadora de Infância, Diretora Pedagógica do Centro de Infância da Costa Nova

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De Mãos Dadas com o Futuro: A Importância das Atividades entre Crianças e Idosos https://casci.pt/de-maos-dadas-com-o-futuro-a-importancia-das-atividades-entre-criancas-e-idosos/ https://casci.pt/de-maos-dadas-com-o-futuro-a-importancia-das-atividades-entre-criancas-e-idosos/#respond Mon, 16 Sep 2024 09:58:16 +0000 https://casci.pt/?p=5877

Iniciamos um novo ano letivo com as nossas crianças da creche e pré-escolar, também este é um momento importante para os nossos séniores institucionalizados. No CASCI temos a sorte de os nossos centros de infância serem geograficamente perto das nossas Estruturas Residências permitindo assim a realização de atividades intergeracionais.

A interação entre diferentes gerações é fundamental para a construção de uma sociedade mais coesa e empática. Num ambiente onde crianças e idosos convivem, a troca de experiências e carinhos permite a criação de laços que transcendem as barreiras etárias. Para os idosos institucionalizados, a presença de crianças pode trazer um renovado sentido de propósito e satisfação, proporcionando-lhes momentos de alegria e interação. Além disso, a convivência com os mais jovens pode melhorar o seu estado emocional, reduzindo sentimentos de solidão e tristeza.

Atividades intergeracionais fomentam um ambiente de apoio mútuo, onde cada grupo contribui para o bem-estar do outro. As crianças podem oferecer aos idosos a alegria e o entusiasmo da infância, enquanto os idosos, por sua vez, oferecem sabedoria e sua presença acolhedora.

Andreia Vieira

Psicóloga, Diretora Técnica ERPI2

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A coesão entre a vida familiar e a vida profissional no mundo do Direito https://casci.pt/a-coesao-entre-a-vida-familiar-e-a-vida-profissional-no-mundo-do-direito/ https://casci.pt/a-coesao-entre-a-vida-familiar-e-a-vida-profissional-no-mundo-do-direito/#respond Mon, 09 Sep 2024 11:05:37 +0000 https://casci.pt/?p=5809 A Parentalidade, como previsto no Código do Trabalho e na Constituição da República Portuguesa, é o regime jurídico onde está contemplada proteção social da maternidade e paternidade. A legislação surge no sentido de proteger o trabalhador que pretende desenvolver a sua vida familiar, de modo a conciliar a sua vida pessoal e profissional.

A proteção prevista legalmente, em Portugal, referente a esta temática é bastante abrangente e prevê diferentes realidades familiares, nomeadamente a gravidez, o período de puerpério, amamentação e/ou aleitamento, adoção, família de acolhimento, conforme previsto no artigo 35.º e seguintes do Código do Trabalho.

De forma geral, em todo o direito do trabalho dever-se-á ter como uma das bases principais o princípio da igualdade e não discriminação. Assim sendo, referente a este tema, de acordo com o artigo 23.º e seguintes e 35.ºA do CT é de salientar a proibição de discriminação fundadas pelo usufruto de qualquer direito de parentalidade.

Existem várias modalidades de licença parental, nomeadamente, a licença parental inicial, a inicial exclusiva da mãe, a gozar pelo pai por impossibilidade da mãe e a exclusiva do pai, segundo o artigo 39.º CT.

O artigo 46.º CT prevê que a trabalhadora grávida tem dispensa para consultas pré-natais, sempre que possível fora do horário de trabalho, devendo sempre acompanhar-se de prova. O pai tem também dispensa para acompanhamento da grávida a consultas pré-natais, no máximo 3 vezes.

Surge também, uma previsão legal de dispensa para a consulta de procriação medicamente assistida, até ao máximo de três faltas ao trabalho em cada ciclo de tratamento de PMA, desde que fazendo prova dos factos, artigo 46.º-A CT.

No artigo 50.º do CT está prevista a falta para assistência a neto, sem embargo, para que o trabalhador usufrua da mesma será indispensável reunir um conjunto de requisitos, designadamente, que viva consigo em comunhão de mesa e habitação e cujo progenitor tenha idade inferior a 16 anos.

Para além disso, relativamente à trabalhadora grávida, puérpera ou lactante esta tem direito a especiais condições de segurança e saúde no local de trabalho, de acordo com o artigo 62.º CT.

No ano de 2023, o Código do Trabalho sofreu uma alteração que, de certa forma, foi substancial para a parentalidade, no âmbito da agenda do trabalho digno. Assim sendo, surgiu, também, a necessidade de haver adaptação ao regime da segurança social, no sentido de promover um maior apoio.

Algumas das situações que passaram a ser previstas em 2023:

  • Surge, pela primeira vez, a dispensa para processos de acolhimento, conforme o artigo 35.º n.º1 alínea j) e 45.º do CT. Com esta legislação os trabalhadores envolvidos num processo de acolhimento passaram a usufruir de uma dispensa, à semelhança do que ocorria com os processos de adoção. O regime previsto para o processo de adoção passou a aplicar-se com as devidas adaptações ao processo para famílias de acolhimento.
  • Referente à licença parental exclusiva da mãe, o legislador determinou como obrigatório o gozo de 42 (quarenta e dois) dias consecutivos após o nascimento da criança, artigo 35.º n.º2 e artigo 41.º CT.
  • A Falta por luto gestacional é uma noção introduzida na nova atualização do Código do Trabalho, artigo 38.º-A CT, no qual é concedido às trabalhadoras que tenham interrompido a gravidez o gozo de até três dias consecutivos, desde que não tenha lugar a licença do artigo 38.º CT.

O Direito é uma “ciência” subjetiva, sujeita a mudanças constantes, de modo a adaptar-se aos novos tempos e às novas realidades e, o Direito do Trabalho e a Parentalidade não são exceção. O legislador caminha, cada vez mais, no sentido de haver uma atualização constante face aos dilemas e problemas da atualidade, sendo que em vista encontra-se a coesão entre a vida familiar e a vida profissional.

Margarida Parracho Pereira

Responsável de Recursos Humanos

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Somos Eco-IPSS https://casci.pt/somos-eco-ipss/ https://casci.pt/somos-eco-ipss/#respond Tue, 30 Jul 2024 09:50:46 +0000 https://casci.pt/?p=5768 Um dos valores institucionais do CASCI é a preservação ambiental, somos, orgulhosamente, uma Eco-IPSS. Ser ambientalmente responsável implica não apenas adotar práticas redutoras de impacto nocivo no planeta, mas também promover a consciencialização de todos/as para a importância da participação ativa e coletiva na resolução dos problemas ambientais.

No contexto do Programa Eco-Escolas, os nossos Centros de Infância têm trabalhado diferentes questões ambientais com as crianças, que aderem entusiasticamente aos desafios lançados e, progressivamente, se transformam em pequenas fazedoras da diferença.

Em 2023/2024, entre outras conquistas:

– avançámos com hortas em todos os Centros de Infância e em ambas as respostas sociais, Creche e Pré-Escolar. As crianças puderam plantar (e em alguns casos, semear), cuidar e apreciar o crescimento de legumes e ervas aromáticas e depois colher, explorar, manusear, cheirar e, finalmente, saborear alguns dos legumes (cenouras, tomates, alface);

– mantivemos a prática de poupança de energia e água, monitorizando também o seu consumo e desligando equipamentos sempre que não estavam a ser utilizados; no caso da água, continuámos a recolher água da chuva, que usámos depois para regar os nossos espaços verdes e as nossas hortas;

– fizemos, por iniciativa das crianças, uma recolha de lixo na praia e apelámos ao poder local para a importância de inspirar a comunidade a, num esforço conjunto, manter os espaços comunitários limpos e sem lixo, assim como à prática da separação de resíduos e posterior depósito em ecopontos;

– sensibilizámos a comunidade para a importância de adotar práticas amigas do ambiente, designadamente o consumo consciente, a separação de resíduos e a redução do recurso a plástico descartável;

– construímos brinquedos a partir de materiais recicláveis (desperdício, cartão, plásticos) e que felizes fomos a explorá-los;

– lançámos a segunda edição do Concurso Decorações Natalícias “A aprender a reciclar/reutilizar, vamos o Natal enfeitar” e embelezámos os nossos espaços com as encantadoras decorações que resultaram da primeira edição deste Concurso, em 2022/2023, e que nos foram gentilmente doadas por algumas famílias.

É com enorme satisfação que, a semanas do fim do ano letivo, constatamos que as nossas crianças, a cada novo dia e a cada desafio, se tornam verdadeiras guardiãs do planeta e ativistas por um mundo melhor!

Manuela Vieira Teixeira
Psicóloga, Diretora do Departamento de Ensino

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Envelhecimento Ativo https://casci.pt/envelhecimento-ativo/ https://casci.pt/envelhecimento-ativo/#respond Fri, 26 Jul 2024 10:17:00 +0000 https://casci.pt/?p=5756 O envelhecimento da população é uma realidade que se tem tornado num grande desafio. No entanto, à medida que a esperança média de vida aumenta, surge uma oportunidade única para promover o envelhecimento ativo, um conceito que vai além da mera longevidade. O envelhecimento ativo tem por base garantir que os idosos vivam vidas plenas e saudáveis, é um conceito que reconhece que o processo de envelhecimento não é apenas uma questão de anos vividos, mas sim de como esses anos são vividos. O principio deste conceito baseia-se na participação contínua em atividades físicas, sociais, mentais e espirituais, visando manter a saúde e o bem-estar à medida que se envelhece.
Os benefícios do envelhecimento ativo são vários, começando pela saúde física, a saúde mental e a qualidade de vida.

Devemos promover a prática regular de exercício físico, sempre adequado às capacidades individuais,  com o objetivo de reduzir o risco de doenças crónicas, tais como a diabetes, doenças cardíacas e para manter a mobilidade e funcionalidade.
As atividades de estimulação tais como jogos de tabuleiro, a leitura, quebra cabeças e a interação social são fundamentais para preservar a saúde mental e reduzir o risco de depressão e demência.

O envelhecimento ativo é fundamental para garantir que os idosos possam desfrutar de uma vida plena e saudável, contribuindo para o bem-estar individual e para a sustentabilidade de sociedades envelhecidas. Investir em políticas e programas que promovam o envelhecimento ativo é essencial para enfrentar os desafios do envelhecimento populacional.

Gisela Macedo
Psicóloga, Diretora de Departamento ERPI

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Cuidados em fim de Vida nas ERPI´s https://casci.pt/cuidados-em-fim-de-vida-nas-erpis/ https://casci.pt/cuidados-em-fim-de-vida-nas-erpis/#respond Thu, 25 Jul 2024 08:45:08 +0000 https://casci.pt/?p=5752 Graças a todos os avanços tecnológicos, sociais e científicos, durante os últimos anos assistimos a um aumento global da longevidade de vida. Contudo, esta nem sempre é acompanhada de qualidade de vida e, por isso mesmo, também verificámos um aumento de situações de maior fragilidade, multimorbilidade, dependência física e detioração cognitiva. Neste contexto, também nos últimos anos verificámos um aumento significativo do número de idosos que vivem em Estruturas Residenciais. Embora as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontem para o envelhecimento populacional como uma prioridade para a saúde pública, o apoio às pessoas idosas em fim de vida ainda é um aspeto em que ainda há um grande caminho a fazer.

Os cuidados paliativos emergem como uma necessidade imperativa para garantir a dignidade e a qualidade de vida das pessoas idosas residentes em ERPIS com doenças crónicas, como demências, doenças cardiovasculares, oncológicas, entre outras. Contudo, as ERPI´s frequentemente enfrentam limitações de recursos, tanto humanos como físicos. A implementação de cuidados paliativos requer equipamentos adequados, acesso a terapêuticas específicas e espaços que permitam um atendimento digno e humanizado. A obtenção desses recursos pode ser um desafio significativo, especialmente por questões de ordem económica e pelas equipas reduzidas e pouco especializadas para a especificidade destes cuidados. A humanização do cuidado é um dos pilares dos cuidados paliativos, traduzindo-se na criação de um ambiente acolhedor, onde as necessidades e preferências das pessoas idosas são respeitadas. O objetivo é proporcionar conforto, preservar a autonomia e promover o bem-estar emocional e espiritual dos residentes.

Os cuidados em fim de vida nas Estruturas Residenciais é um tema de extrema importância, pois cada vez mais as pessoas idosas passam os seus últimos dias aqui e é fundamental garantir que estas recebem os cuidados necessários para manter a sua qualidade de vida e dignidade. Por isso, é também essencial que olhemos para os profissionais/cuidadores que trabalham com esta população, de forma a podermos dar-lhes ferramentas para conseguirem gerir o melhor possível estas questões, tais como o conforto emocional e apoio espiritual. Além disso, é importante que as pessoas idosas tenham acesso a cuidados paliativos de qualidade, que visem aliviar os sintomas físicos. Com uma abordagem holística e compassiva, é possível garantir que as pessoas idosas tenham um fim de vida tranquilo e digno.

O cuidado em fim de vida envolve uma série de desafios emocionais para quem está envolvido, principalmente pelo sentimento de impotência, é por isso, importante reconhecer e lidar com as emoções que surgem durante este processo. Embora possa parecer clichê dizer que para cuidar dos outros também temos de estar bem, a verdade é que só estamos disponíveis para cuidar se estivermos emocionalmente bem. Algumas sugestões que podem ajudar os cuidadores a lidar com as nossas emoções são:
– Aceitar as suas emoções,
– Reservar um tempo para si sem sentimento de culpa;
-Procurar ter uma rotina diária que envolva um tempo para si, para relaxar, praticar atividades física e outros hobbies que lhe tragam prazer, e caso seja necessário não tenha receio de procurar ajuda.

É importante que quem cuida reconheça e respeite os seus próprios limites.
Cuidar de alguém em fim de vida pode parecer emocionalmente muito desafiador, mas também é uma oportunidade de oferecermos ao outro amor e compaixão.

Andreia Vieira
Psicóloga, Diretora Técnica ERPI2

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Cooperamos? https://casci.pt/cooperamos/ https://casci.pt/cooperamos/#respond Thu, 18 Jul 2024 15:20:27 +0000 https://casci.pt/?p=5738

Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado
 (provérbio africano)

As exigências crescentes que são colocadas aos diversos agentes que compõem as comunidades têm vindo a destacar a necessidade, mas também a vantagem, da cooperação, seja intra (entre as várias respostas / serviços de uma mesma entidade), seja interinstitucional (entre entidades diferentes). De facto, a complexidade das necessidades e expectativas dos diversos agentes dificilmente é satisfeita através de uma única resposta social ou entidade. Um exemplo ilustrativo que se poderá apontar é a intervenção em situação de catástrofe natural, em que o envolvimento não só da proteção civil mas também de organizações de apoio social, da saúde, entre outras, em muito contribuem para minorar ou resolver a complexidade dos danos provocados, sendo difícil, para não dizer impossível, a uma única entidade fazer face aos danos que uma calamidade provoca nas pessoas e nas comunidades.

A integração dos esforços e dos recursos dos vários agentes maximiza pois os resultados das intervenções, promovendo igualmente um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável, evitando-se a duplicação de esforços e o desperdício de recursos. Se isto é verdade para os recursos existentes numa comunidade também o é, a um nível mais micro, para as instituições. Neste ponto poder-se-iam elencar vários exemplos de práticas colaborativas existentes no CASCI mas iremos destacar as que envolvem diretamente os utentes das várias respostas pelos impactos das mesmas, nomeadamente na promoção de valores de cidadania coincidentes com uma vida em sociedade mais harmoniosa, tolerante, e empática. Com este objetivo, várias são as ações dinamizadas ao longo do ano onde se envolvem os diversos públicos com que intervimos (crianças, idosos, pessoas com deficiência, mais ou menos moderada, pessoas em situação de vulnerabilidade económica e/ ou social), como por exemplo, as comemorações de dias específicos, as visitas de crianças a idosos, de crianças a pessoas com deficiência, a dinamização por pessoas com deficiência de workshops e de apresentações artísticas para crianças e jovens da instituição, ou da comunidade, que visitam por exemplo a nossa quinta pedagógica inclusiva ou que participam nas atividades que promovemos para a comunidade, entre outros.

Todas estas práticas colaborativas têm permitido constatar o enriquecimento que a cooperação entre públicos diferenciados produz em todos os envolvidos e, esperamos, nas comunidades onde os mesmos estão inseridos, contribuindo assim para a eliminação progressiva dos medos que as diferenças (ainda hoje) provocam. Ações tão simples como envolver as pessoas com deficiência e/ ou crianças nas ações com idosos ou as pessoas com deficiência nas ações com as crianças e jovens podem de facto fazer a diferença na vida de todos os envolvidos, e progressivamente, na comunidade envolvente, quebrando algumas barreiras, invisíveis mas efetivas. 

Além disso, a cooperação entre respostas sociais com públicos diferenciados pode promover a inovação, bem como o sentimento de solidariedade e coesão social. De facto, quando diferentes públicos trabalham juntos em prol de um objetivo comum, há um fortalecimento dos laços comunitários e um aumento do sentimento de pertença e responsabilidade compartilhada, sendo esta coesão fundamental para a construção de comunidades mais justas e equitativas.

Helena Santos
Socióloga, Diretora do Departamento de Reabilitação

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Maternidade rima sempre com felicidade? https://casci.pt/maternidade-rima-sempre-com-felicidade/ https://casci.pt/maternidade-rima-sempre-com-felicidade/#respond Wed, 10 Jul 2024 13:12:02 +0000 https://casci.pt/?p=5734

A saúde mental perinatal, termo utilizado para descrever o período que está à volta do nascimento, tornou-se um foco de destaque e de interesse nos últimos anos, com um grande investimento na investigação, prevenção e intervenção. Ao contrário do que se possa imaginar, este período desde a pré-conceção, gravidez e pós parto é um dos com maior probabilidade de desenvolvimento de algum quadro de doença mental em mulheres, para além do período da adolescência e da menopausa. Sabemos hoje que 20 a 30% das mulheres acabam por desenvolver alguma sintomatologia e este é um número demasiado elevado para passar ao lado. Estivemos à conversa com a Psicóloga Leonor Rocha Leite com especialização na área da Gravidez e Pós Parto, Sono do Bebé e Aconselhamento Parental para discutir algumas das mudanças que aqui ocorrem.

A gravidez e o parto por si só são fatores de stress biológico por induzirem alterações hormonais. Há uma modelagem no Sistema Nervoso Central que pode precipitar quadros de vulnerabilidade. Depois do nascimento, ainda se somam as mudanças psicossociais, na aquisição do papel social de mãe que acarreta perdas nos outros papéis que prefixavam a pessoa. Cria-se um estado ambivalente. Para além de todas estas alterações, sabemos que vivemos numa sociedade repleta de expectativas e palpites sobre o que deveria ser a experiência de cada um. Por exemplo, ouve-se que:

1. A gravidez é sempre um estado de graça;
2. O parto é um momento transcendente e de paixão;
3. No período da gravidez e da amamentação não se podem tomar antidepressivos;
4. (… por aí em diante…)

Às vezes, sim. Outras vezes, não. Por exemplo, quanto à intervenção de psicofármacos, existe hoje em dia medicação disponível e compatível com a gravidez e período da amamentação. Na maior parte das vezes, a toma do medicamento pode ter um impacto menor para o bebé do que o sintoma e a doença não tratada. Uma mãe menos responsiva, menos disponível para estimular e potenciar o desenvolvimento contribui sim para uma carência e indisponibilidade da principal figura de vinculação. E qual é o valor do instinto materno? Ao contrário do que se pensa, não é inato e não surge quando o bebé nasce. Vai surgindo e desenvolvendo-se no conhecimento do bebé. É uma aprendizagem, uma vez que sempre que faz alguma coisa, há sempre uma resposta.

Outra experiência que 80% das mães passa é o conhecido período Baby Blues que do 3º ao 15º dia se constitui como um estado hormonal transitório e normativo de instabilidade emocional (ansiedade, irritabilidade, estado hiperalerta, tristeza). No entanto, se chegarmos às seguintes semanas e com os mesmos sintomas podemos falar de um possível quadro de Depressão Pós Parto. Esta não está especificada nos sistemas internacionais de categorização, mas é uma major com especificidades para o pós parto que tem tudo a ver com critério para depressão como o humor depressivo, choro fácil, insónia, a não retirada de prazer de tarefas, falta de energia, baixa auto estima, alterações no sono, apetite, etc. Mas também podemos estar falar de burnout parental, um estado de exaustão física, emocional e mental causado pelo stress intenso das responsabilidades decorrentes de ser pai ou mãe.

E, por isso, é que o contacto com a ajuda profissional é essencial para promover uma parentalidade mais respeitosa, mais positiva e mais promotora do desenvolvimento saudável. Intervém-se duplamente, prevenindo na saúde mental da mãe/pai e na do bebé, com um ponto de vista de um início de vida mais seguro.

A intervenção com a sociedade, o macrosistema, já é um trabalho mais lento na mudança do paradigma. Se por um lado, as redes sociais têm contribuído para a difusão de conhecimento e práticas de uma parentalidade mais positiva e consciente, há algum tempo ainda não era uma questão. Estes lugares às vezes quase de serviço de Saúde Pública são também ponto de desinformação que podem deixar uma mãe e um pai sem saber por onde começar.

 Maternidade pode rimar com felicidade. Mas se não rimar, pedir ajuda profissional pode fazer toda a diferença.

Fabienne Guimarães
Psicóloga Júnior

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Vamos falar sobre… Neurodiversidade https://casci.pt/neurodiversidade/ https://casci.pt/neurodiversidade/#respond Thu, 18 Apr 2024 08:59:06 +0000 https://casci.pt/?p=5685

Num mundo em que a diferença impera e é com frequência celebrada, o conceito de neurodiversidade alerta-nos para a ideia de que os seres humanos apresentam uma variada gama de composições neurológicas e, como tal, o funcionamento neurocognitivo de algumas pessoas é diferente do que é entendido como padrão (norma) pela sociedade. Porém, estas diferenças não significam a existência de patologia, traduzem a diversidade característica da humanidade e, como tal, devem ser respeitadas e aceites.

Uma pessoa neurotípica apresenta um funcionamento neurocognitivo enquadrável no padrão esperado pela sociedade (dentro da média). O funcionamento de uma pessoa neurodivergente, por outro lado, é atípico, o que significa que se enquadra fora da média e, em situações concretas, a pessoa neurodivergente responde de forma diferente do que seria esperado nessas situações, o que pode resultar em dificuldades de adaptação.

A dislexia, a perturbação do espetro autista ou a perturbação de hiperatividade e défice de atenção são exemplos de neurodiversidade.

Para pessoas que aprendem e pensam de forma diferente, a ideia de neurodiversidade apresenta diversas vantagens, ajudando crianças e as suas famílias a enquadrar os desafios que experimentam como diferenças e não como défices, assim como promovendo o desenvolvimento de abordagens pedagógicas com foco nos pontos fortes de cada criança e na aceitação das diferentes formas de aprender pela sociedade.

É missão do CASCI fazer a diferença, promovendo a igualdade e a inclusão, e todos os dias nos empenhamos no sentido da sua concretização. No CASCI e nos seus Centros de Infância, cada criança é única, tornamos nossos os seus desafios e investimos na formação contínua, procuramos novas práticas mais adequadas às necessidades e às características das crianças com as quais temos o privilégio de trabalhar.

A expressão mais bela e enriquecedora da vida humana é a sua diversidade. Uma diversidade que nunca pode servir para justificar a desigualdade. A repressão da diversidade empobrece a raça humana. É nosso dever facilitar e reforçar a diversidade a fim de chegar a um mundo mais equitativo para todos. Para que exista a igualdade, devemos evitar as normas que definem o que deve ser uma vida humana normal ou a forma normal de alcançar a felicidade. A única qualidade normal que pode existir entre os seres humanos é a própria vida. Óscas Árias (Prémio Nobel da Paz)

Manuela Vieira Teixeira
Psicóloga
Dir. Departamento de Ensino

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O perigo que não vemos – o açúcar do dia-a-dia https://casci.pt/o-perigo-que-nao-vemos-o-acucar-do-dia-a-dia/ https://casci.pt/o-perigo-que-nao-vemos-o-acucar-do-dia-a-dia/#respond Tue, 02 Apr 2024 13:08:22 +0000 https://casci.pt/?p=5622 Num mundo repleto de tentações gastronómicas, há um inimigo silencioso que muitas vezes passa despercebido: o açúcar. Está presente em praticamente tudo, desde os doces mais óbvios até aos alimentos aparentemente saudáveis. O consumo excessivo de açúcar tornou-se um problema de saúde pública, que muitos ainda subestimam.

O açúcar refinado, aquele que é branco e granulado e que adicionamos ao café de manhã ou que polvilhamos sobre as nossas sobremesas, é apenas a ponta do icebergue. Esconde-se em alimentos processados, bebidas industrializadas, molhos, iogurtes e até mesmo em pães e cereais que consideramos (pensamos nós) serem saudáveis. O perigo do açúcar não reside apenas na sua capacidade de aumentar os números na balança. O seu impacto vai muito além do ganho de peso. O consumo excessivo de açúcar está diretamente ligado a uma série de problemas de saúde, como diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, cáries dentárias, entre outras.

Para combater este inimigo invisível, é essencial uma mudança de mentalidade em relação à nossa alimentação. Devemos aprender a ler os rótulos dos alimentos, optar por alimentos frescos ao invés de processados, sempre que possível. É fundamental estabelecer limites e controlar a quantidade de açúcar que consumimos diariamente. Uma estratégia que adotamos é ir reduzindo gradualmente a quantidade de açúcar adicionado aos alimentos e bebidas, como por exemplo, ao reduzir o tamanho da colher utilizada para adicionar o açúcar no leite/café, passando a utilizar uma colher menor (colher de chá). Podemos substituir o açúcar por fruta madura, por exemplo, nas papas oferecidas às crianças e adultos, tornando-as uma opção mais saudável. Além disso, ao optar por lanches, que incluem cereais ou bolachas, podemos escolher versões com menor teor de açúcar na sua composição, como os cereais tipo “cornflackes” e bolachas de milho, em vez de opções altamente processadas e açucaradas.

Educar o paladar para apreciar o sabor natural dos alimentos também é essencial, diminuindo a dependência do açúcar para satisfazer nossos desejos por doces. Estas práticas ajudam a desenvolver uma relação mais equilibrada com o açúcar e a promover uma vida mais saudável a longo prazo.

O perigo que não vemos – o açúcar do dia a dia – está presente nas nossas vidas, mas cabe-nos reconhecê-lo e tomar medidas para proteger a nossa saúde e bem-estar. É hora de abrir os olhos para os efeitos nocivos do açúcar e fazer escolhas mais conscientes em relação à nossa alimentação. Se queremos viver vidas longas e saudáveis, precisamos começar a combater este inimigo agora.

Rita Marieiro
Nutricionista 5590N

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